19 de janeiro de 2015

Leitura à sombra no Centro do Rio

Aqui em frente ao novo prédio da Petrobrás, às 18:49h, a medição em lux deu 486 e a essa hora chegou até 1412 quando o aparelho foi exposto ao sol no ainda horário de verão no dia 18/01/2015 - Domingo. Conseguindo um trecho iluminado pelo sol, pra sentar na beirada do jardim, ainda dá pra ler um jornalzinho. É claro que para tirar a foto mudei a posição do aparelho e tapei o sensor depois de feitas as medidas.

6 de janeiro de 2015

As medições de iluminância para leitura no verão carioca (4 de janeiro de 2015)

Projeto Ciência nas Férias
Medindo a intensidade do fluxo luminoso para a leitura
Na Quinta da Boa Vista, à sombra, 11h30m. Seguindo a orientação da ABNT, quando foi feita cada medida foi feito o distanciamento de no mínimo de 50 cm da parede (aqui do caule da árvore). Com uma trena coloquei o instrumento na horizontal distando 75 cm do solo. A quantidade mínima de medições que é a de 9 pontos segundo a fórmula de Índice Local (K) para assegurar que a medição tenha erro inferior a 10% não foi verificada. Como o blog tem mais o sentido de projeto, de um esboço preparatório, dá para ficar sem a medição dos outros 8 pontos. Como objetivo aqui é analisar em linhas gerais o conforto da leitura (afinal quem quer saber mais tem que ler) em diferentes ambientes já dá pra ter uma noção do que acontece a esta hora. Lembro que o horário utilizado aqui no Rio de Janeiro é o de verão, ou seja, a hora aqui assinalada está uma hora avançada em relação a hora real (o horário de verão para 2014/2015 se iniciou em 19/10/2014 e vai até 22/02/2014). Além disso a hora coletada não foi a de Brasília e sim a do celular, que pode não estar sincronizada com a operadora de telefonia. O ambiente aqui é o externo e portanto diferente do escopo utilizado no Projeto 02:135.02-004 de 2003 da ABNT, aqui é um projeto de norma e não a norma em vigor, que pode ter diferenças de texto em relação ao projeto. A área não precisamente circular (mas calculada como sendo a de um círculo) de aproximadamente 9,42 m2 estava preenchida por duas árvores de raios não medidos (a maior com área estimada de 3,14 m2) e possuía um terreno com raízes afloradas.
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O valor de 667 lux marcado no display de LCD do luxímetro MLM-1020 da Minipa corresponde a faixa de registro entre 500 e 1000 lux que é a adequada para leitura de letras em fontes pequenas e de baixo contraste em um livro, por exemplo. O valor foi alcançado depois de 2 minutos em que grande oscilação de valores foi substituída por uma pequena variação de valores. Considera-se o instrumento calibrado de fábrica pois fora adquirido no 2. semestre de 2014, armazenado conforme as instruções de uso e ainda não fora utilizado para fazer medições até então. Durante as medições não foi possível incluir a verificação da temperatura, umidade ou condensação. A norma IEC 60947-1 especifica 4 graus de poluição e o manual informa que o instrumento opera até o grau 2, que admite a presença de poluição não condutora e condutividade temporária devido à condensação. Dessa forma foi feita apenas uma observação empírica de que o ar estava limpo e que a temperatura estava em torno de 30 oC uma vez que não se dispunha de equipamento próprio para esta medição.
Aqui o local da medição foi o interior da gruta da Quinta da Boa Vista. A capa circular sobre o sensor fotométrico branco foi recolocada para que eu conseguisse ter uma mão livre para fotografar o valor. Não poderia deixá-la cair ou ter o risco de colocá-la sobre alguma superfície da mal cheirosa caverna.
Além da preocupação com a medição existe a questão da segurança. Sempre pode haver alguém entrando correndo de repente e gerar algum dano no procedimento e no equipamento. Inclusive há risco de assalto. Pelo caminho de um ponto a outro não foram vistos policiais ou guardas municipais embora estivessem presentes em uma das entradas do parque que, entretanto, é muito distante dos locais onde as medidas foram feitas. Aqui a medida é 82,6 (e não 826) lux. A resolução do instrumento até 200 lux vai a 0,1 lux. Por aqui ninguém deveria se arriscar a ler. Quem entra encontra abrigo do sol mas fica ao relento de perigos causados por outros humanos. Nem mesmo há uma superfície para apoio e felizmente não há animais ou insetos em suas câmaras. Aproximadamente 10 minutos de caminhada até aqui.
Dentro do Zoológico em área de sombra de árvore de folhas bem esparsas e com ligeira brisa, o suficiente para dificultar a estabilização do valor no display. Dois minutos depois e três visitantes curiosos mais próximos tive que fixá-lo: 1162 lux. Aqui há bancos mas escolhi me sentar no meio-fio de uma calçada interna do zoo. Mantive para fins de medição a altura de 75 cm. Aproximadamente 20 minutos de caminhada da gruta até aqui (contando com o pagamento da entrada).
Em uma das medições o equipamento ficou exposto ligeiramente à luz direta do sol e o display acusou a medida "OL" informando que a faixa de medição foi excedida. O manual do equipamento não informa se o sensor é de silício ou de selênio. O fato é importante pois a norma recomenda o uso de sensores de silício. O manual não informa se o equipamento já está previsto com erro máximo de resposta espectral de 6%.
Dentro da estação de metrô São Cristovão foram medidos mais de 200 lux, o que não é indicado para qualquer tipo de leitura. As obras com letras de contraste forte conseguem ser lidas. Aqui há bancos de plástico. Aproximadamente 40 minutos de caminhada do zoo até aqui (contando com a fila para pagamento do cartão magnético).
Levou uns três minutos para chegar o vagão do metrô e me acomodar em um banco de plástico. A medição aqui mostrou que a zona de conforto para leitura é semelhante à da sombra da primeira árvore. É claro que há outras condições que interferem na leitura além da intensidade do fluxo luminoso. A saúde ocular é uma delas, a faixa etária de quem lê e  os dispositivos de leitura como netbooks, notebooks, displays, tablets e e-readers que emitem luz para facilitar a leitura também.